O projeto Dicionários Terminológicos em Libras, da professora do CEFET-MG Vera Lúcia de Souza, venceu o Prêmio Mineiro de Inovação na categoria Menção Honrosa Inovação na Educação, entregue nessa terça-feira (19), na sede da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), em Belo Horizonte.
Segundo Vera Lúcia, o prêmio é um reconhecimento de diversos setores a um trabalho de valorização da pesquisa e da inclusão. “A presença do governador de Minas Gerais e demais autoridades da Fiemg, Fapemig mostra a importância política dessa premiação para o CEFET-MG. O trabalho se diferencia por unir responsabilidade social e inovação. Buscamos ao longo dos últimos 7 anos construir um conhecimento para o surdo e, sobretudo, com o surdo, no sentido de levá-lo ao Ensino Superior”, afirmou.
Ainda de acordo com Vera Lúcia, a menção honrosa se estende ainda à área de Letras e à construção do conhecimento via pesquisa. “Espero novas conquistas para o projeto, mas minha meta é criar um museu da Língua Brasileira de Sinais (Libras), um espaço de educação não formal voltado para os alunos surdos”, disse.
O projeto
Denominado “Terminus-EDUC inovação e responsabilidade social: dicionários terminológicos para o pensar científico e criativo do estudante surdo”, o projeto teve início em 2008 com um Programa de Bolsa de Iniciação Científica Júnior (BIC-Jr.) desenvolvido no CEFET-MG para a criação de um dicionário terminológico de desenho arquitetônico, de um glossário de eletrônica e de um manual de ensino de desenvolvimento arquitetônico em Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Segundo a professora Vera Lúcia de Souza, o objetivo do projeto é proporcionar às pessoas surdas acesso aos níveis acadêmicos mais elevados. “A meta é incluir a população de brasileiros surdos no ambiente acadêmico e no mercado de trabalho, por meio da constante diminuição de barreiras linguísticas”.
Ainda de acordo com a professora, a Libras é uma língua estruturalmente completa, pois possui recursos linguísticos análogos a qualquer língua oral. Mas, ao se analisar a quantidade de termos existentes na Libras em comparação a línguas orais, como o Português, nota-se uma grande discrepância. Termos cotidianos em português das diversas áreas do conhecimento, não têm palavras representativas na Libras. “A expansão terminológica da Libras se constitui não apenas um facilitador da comunicação dos surdos com os vários ambientes culturais, mas representa a real possibilidade de acesso às várias áreas do conhecimento”, explica Vera.
A pesquisa até agora desenvolvida consiste na criação de termos na Língua Brasileira de Sinais (Libras) com a participação de bolsistas surdos com papel central na identificação de estruturas terminológicas, integrados a bolsistas ouvintes responsáveis por escrever na Língua Portuguesa o que será traduzido para a Libras nos futuros dicionários.
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