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Blog da Lúcia Maroni

domingo, novembro 04, 2012


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Libras deve se tornar obrigatória ainda neste ano

4nov

Para Ângela, o preconceito existe não só com os deficientes, mas também com quem trabalha com eles.
 
 
Imagine a seguinte situação: sua professora chega à sala no seu primeiro dia de aula, e ao invés de se conversar com os alunos, resolve se comunicar utilizando apenas as mãos. A então estudante Ângela Bezerra Suassuna sentiu na pele o que vive no dia a dia uma pessoa com deficiência auditiva. “No primeiro dia de aula, minha professora entrou para dar aula e não disse uma palavra sequer. Sinalizou o tempo todo. Eu fiquei muito angustiada e desesperada, pois vi que ela escrevia sobre trabalho na lousa, várias tarefas e eu super perdida. E isso me marcou muito.
Depois dessa experiência, Ângela resolveu se especializar e aprender mais dessa nova linguagem – ou língua, como ela descreve, e já é professora especialista em LIBRAS . “Ela já é reconhecida como nossa 2ª língua oficial do Brasil desde 2002 conforme lei nº. 10.436 e decreto 5.626 de 2005. Você aprende a se comunicar basicamente dentro de seis meses. Mas precisa ter contato com surdos para não perder a prática”.
De acordo com a AJA (Associação do Jovem Aprendiz), a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) surgiu a partir do Instituto dos Surdos-Mudos, fundado em 1857 como primeira escola para surdos no Brasil – atualmente denominado Instituto Nacional da Educação de Surdos (INES). Ela é o resultado da mistura da Língua de Sinais Francesa com a língua de sinais brasileira antiga, já usada pelos surdos das várias regiões do Brasil.
Vale ressaltar, porém que as Línguas de Sinais não são universais. Cada país possui a sua própria língua de sinais, que sofre as influências da cultura nacional.
Ângela ainda explica que esse ensino está entrando aos poucos nas grades curriculares. Com o decreto de 2005, todos os cursos superiores de licenciatura são obrigados a inserir um semestre em LIBRAS na grade curricular do curso. O curso de fonoaudiologia é obrigatório também, nos demais cursos, ela é optativa.” Porém, um projeto de lei do deputado Assis Carvalho e da comunidade surda que foi entregue à presidente Dilma este ano no dia 24 de abril ,em que LIBRAS deverá ser inserida como matéria obrigatória desde o ensino infantil.
Ela
costuma acompanhar artistas em shows abertos para uma plateia em que, sabidamente existem deficientes auditivos. Mas, no dia a dia, os problemas enfrentados por quem sofre com a surdez são maiores. “Eu conheço vários surdos e eles estão extremamente cansados de lutar, pois dependem sempre da família para fazer tudo. Dependem da família para abrir conta no banco, para ir ao ginecologista e explicar o que acontece, para viajar, pedir informação, estudar, tudo!” E ainda ressalta que “eles tem uma capacidade de concentração muito superior à nossa para assuntos que exijam raciocínio”.
Porém, o que se percebe é que o preconceito ainda é grande – e não só com os deficientes. “Muitas pessoas acham lindo meu trabalho e outras acham que quero aparecer. Mas na verdade, criticar é mais fácil. Eu tive coragem de fazer o que ninguém se interessou em fazer desde que LIBRAS foi reconhecida como língua brasileira de sinais. Muitos também acham que trabalhar com deficiente não dá dinheiro, não compensa. A sociedade não aceita esses deficientes.”, diz Ângela. “Eles votam, comem, se vestem, vão ao médico, ao dentista, ao cabeleireiro como qualquer outro cidadão comum. Esse bordão de inclusão social é puro marketing. Surdos e cegos sempre existiram.”, completa.
Vídeo da música de Régis Dainese “Faz um milagre em mim”, na língua de sinais (por Ângela Bezerra Suassuna)



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