Aqui nesta foto temos papai André, mamãe Joceline e a pequena Isabella.
André e Joceline são surdos e quase analfabetos. Aprenderam Libras há muito tempo atrás quando havi o CAMDA (Centro de Apoio Municipal ao Deficiente Auditivo). Na época, a mãe de André, D. Lúcia, foi uma das dezesseis mães que lutavam pelos direitos de seus filhos surdos. Eram dezesseis mães e dezessete filhos surdos. Uma mãe teve gêmeos.
Dessas dezessete crianças surdas, apenas uma chegou ao ensino superior. Hoje é Engenheira Civil. Os demais, não concluíram o ensino fundamental. Na época, estudaram somente até a segunda série. Não conseguiam se comunicar com os colegas e durante as comemorações escolares como:
Dessas dezessete crianças surdas, apenas uma chegou ao ensino superior. Hoje é Engenheira Civil. Os demais, não concluíram o ensino fundamental. Na época, estudaram somente até a segunda série. Não conseguiam se comunicar com os colegas e durante as comemorações escolares como:
- Dia das Mães;
- Dia dos Pais;
- Dia das crianças;
ficavam sempre isolados e não participavam das comemorações. Hoje André e Joceline vivem com D. Lúcia que faz tudo para eles. Leva ao médico, vai às reuniões da escola das netas, vai ao banco e tudo mais.
Isabella e sua irmã são filhas de pais surdos mas nasceram ouvintes. Ana Carolina, a mais velha se comunica com os pais através de sinais. Ela gostaria muito que durante as aulas da escola, seus colegas aprendessem Libras. Às vezes quer convidar uma amiga para brincar em casa e fica perdida, pois tem que estar interpretando para a amiguinha e para seus pais. No final, acaba nem brincando.
Ela é muito inteligente. Sabe da Lei nº 10.436, do Decreto nº 5.626/05. Sabe que o Decreto dispões de um parágrafo que Libras deve ser inserida na escola, apenas não entende porque não cumprem a lei.